segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Já lá vão três anos...

Boat trip no meu quintal 17 de Dezembro de 2004, 17:30. Falta uma semana para o natal e estou no meio de toda a azáfama normal da época com pessoas a entrarem e a saírem da loja(o que é muito bom por negocio), e eu a desejar que esta quadra acabe porque tenho uma pequena surf trip marcada. Como é obvio, a minha massa cinzenta não consegue raciocinar direito, ainda por cima com o swell de norte e o anticiclone mesmo por cima de nós, estavam condições mais que perfeitas para dar altas ondas. È no auge do momento em que estou a sonhar com longas e perfeitas ondas que entra na loja o meu amigo e companheiro de surf , Les, um Escocês de 54 anos com a pica de um puto de 16. Assusto-me porque vem todo arregalado com a notícia de que tinha conhecido um Alemão chamado Robin, dono de um catamarã e que estava disposto a levar-nos á onda rainha do nosso quintal. Nesse momento , as minhas pernas começam a tremer o coração dispara e o nervosismo característico começa a crescer . A partir daí já nada importa a não ser preparar tudo para nos lançarmos ao mar nesta aventura. 23:30 – já em cima do cais, embarcam no catamarã “Simile” o Les, o Madeira, o capitão Robin e eu, ainda sem acreditar que tudo aquilo está mesmo a acontecer, lá soltamos as amarras e lá fomos mar adentro. O céu tinha tantas estrelas que mais parecia uma noite de verão e uma leve brisa de sul faz com que o Símile navegue a uma velocidade razoável. Passadas cinco horas de viagem temos que ligar os motores porque simplesmente o vento apaga-se , coisa que não nos preocupa, pois todos os elementos estão a unir-se a nosso favor. E assim vamos por mais quatro horas a sentir o swell, e a cada onda que passa pelo barco o frenesim aumenta pois sabemos que as linhas iam precisamente para o lugar que íamos . De repente, na maior das harmonias o sol descobre-se por detrás do horizonte e voilá, ondas de 1,5 a 2 metros longas e com um glass como eu nunca tinha visto. E como num filme de uma qualquer grande marca da industria do surf , já estamos de fato vestido e prancha debaixo do braço na proa do Símile, com o capitão Robin a dar a ordem para saltarmos. Nesse momento, fecho os olhos e agradeço por viver no sitio que vivo e de ter a oportunidade de fazer uma verdadeira boat trip no meu próprio quintal.

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