sexta-feira, 6 de março de 2009

While my friends are windsurfing...


While my friends are windsurfing... from Alexandre Jesus on Vimeo Alexandre Jesus já nos tinha mostrado que tem uma visão muito própria de olhar os desportos outdoor, como já tinha sido demonstrado na serie Alta Pressão que passou na RTP-Açores. Este While my friends are windsurfing... È um filme que retrata uma sessão de windsurf entre amigos, numa das mais lindas lagoas dos Açores as Sete cidades. Um filme de grande qualidade com uma fotografia excelente e uma realização que está um mimo. Os meu parabéns sinceros ao Alexandre por este While my friends are windsurfing...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Cultura de Surf Açoriana II

Porto Pim, num dia "clássico"
Estive algum tempo à espera das reacções à minha última participação e a digeri-las. Penso que há condições de dar continuidade ao debate. Quero também manifestar o meu pela cordialidade empregue na maioria dos comentários, sabendo que estamos a tentar abordar assuntos sensíveis para os corredores de vagas. Se o texto falava em cultura de surf, procurando afirmar que esta se cultiva quotidianamente, temos que assumir que a forma como participamos nestes blogues também contribui para a sua consolidação. Nos primeiros anos em que fiz surf no Faial, durante a década de ’90, havia cerca de 10 a 15 pessoas a correr vagas na ilha e frequentávamos um número mais reduzido de spots que hoje em dia. Não havia discussões sobre localismo nem sobre prioridades dada a escassez de gente e de ondas, simplesmente não encontrávamos necessidade para isso. Tínhamos na altura, com tenho hoje, a noção de que esta ilha, apesar de ter ocasionalmente umas ondas boas, tem muita falta de consistência e sobretudo falta de um spot acessível e consistente propício para a evolução de base do surf. Cerca de 2000 / 2001 tivémos um bodyboarder visitante que ficou por cá 2 ou 3 anos a viver. Foi bem recebido, como toda a gente é, por regra geral, nestas ilhas, e em particular cá que temos poucas ondas e dificuldades em evoluir e gostamos de ser visitados por gente com mais prática e com experiência a transmitir. Dada noite no Peter, conversei com o tal indivíduo pela primeira vez fora da água e embrenhámo-nos logo numa discussão (pacífica) devida a um choque de ideias inesperado. Ele começou a dizer (de forma um pouco impositiva) que já tinha apanhado boas ondas na ilha e que não dizia a ninguém nem mostrava as fotos, nem aos seus amigos sob pena de virem os “cromos todos do continente” por aí abaixo para destruírem tudo isto, etc. Eu fiquei completamente surpreendido com aquilo, uma vez que tinha a noção de que o Faial não é uma grande ilha de surf, nem sequer no contexto desta região, que nunca vi ninguém de visita ao Faial com o propósito de fazer surf, nem imagino isso a acontecer facilmente. Enfim colidimos ali, e ficou assim. O tipo em questão acabou por se dar mal algum tempo mais tarde, em particular por ter tentado impedir alguém de filmar ondas em dado dia na Conceição, supostamente falando em nome dos locais... O tempo passa, o surf divulga-se e vai crescendo um pouco por toda a parte, inclusivé nos Açores, e a verdade é que aqui no Faial, 15 anos depois de ter começado a surfar continuam a ser 10 a 15 pessoas na comunidade de vagas e que só se encontram todas na água no melhor dia do ano dos poucos spots mais conhecidos.
Reordenamento do Porto da Horta, o contra-molhe
Agora reflitamos: numa ilha com 15 corredores e poucas vagas corríveis, que capacidade teremos para isoladamente promover a nossa actividade a fim de defender os nossos spots? Não nos podemos esquecer da realidade própria de cada ilha, que ainda é mais peculiar e diversa quando cruzada com a realidade do surf. Mesmo na Terceira, onde há algumas dezenas de corredores de vagas, muitos mais que cá, quando quizeram defender o Terreiro e Santa Catarina tentaram reunir o esforço conjunto das outras ilhas e de outras paragens através de um abaixo-assinado que circulou por e-mail.
Praia da Conceição, com ondulação Norte, uma onda rara e possivelmente a mais negativamente afectada pela obra do porto...
E nós também começamos a ter problemas concretos por cá... Vai arrancar neste mês de Março a obra de reordenamento do Porto da Horta, com a construção de um contra-molhe que enraizará na Praia da Conceição. As ondas desta praia, quer de ondulação Norte, quer de Sul, serão para sempre afectadas por esta obra. Para melhor, para pior... não sabemos. Mas sabemos que isso não foi contemplado no estudo, porque O SURF NÃO EXISTE PARA ESTA SOCIEDADE LOCAL. E nás não nos conseguimos mobilizar para ter uma palavra a dizer sobre isto. E dificilmente o poderíamos ter feito com os tais 15 macacos... que nem sequer conversam sobre isto nem, muito menos, estão unidos.
Spank the Monkey, a onda junto à vigia do Pasteleiro.
Ultimamente ouvi falar de uma obra de requalificação no Pasteleiro, trecho de costa entre a fábrica do peixe e a vigia junto ao Castelo de São Sebastião. Trata-se de uma zona de traseiras de lotes voltadas ao mar com acomulação de lixos e despejo de esgotos, enquadrada na Paisagem Protegida do Monte da Guia, onde nós surfamos duas ondas e que precisa de uma requalificação, de facto. Mas daí ao projecto efectivo... podem ser muitos os resultados. E se pretenderem alargar o passeio marginal ali, fazendo um quebra-mar como em São Mateus na Terceira? A ilha já tem poucas ondas, sem serem de grande qualidade, tornam-se um bem ainda mais precioso para nós, pela escassez. Temos que afirmar a sua presença, que ali há surf, que nós frequentamos aquele sítio e disfrutamos dele. É, de facto fundamental criarmos fóruns de debate para os surfistas e denominadores comuns para agregar a tribo e permitir termos mais presença nas decisões que também nos dizem respeito. Aqui há tempos li no blogue da COCOVAMA num debate que se seguiu à carta do Team Nike de Surf, contributos interessantes do Quim, do Pico, e do Vítor, de São Jorge. O Vitor em particular por chamar a atenção para o facto de os problemas se porem de formas diferentes nas ilhas maiores e nas menores e por acreditar no surf como actiividade de promoção da sua ilha. O Quim, por se referir à aposta num turismo diferenciado. Então como é que é? As ilhas querem apostar num futurta que passa necessariamente pelo turismo e os surfistas são os tipos que não querem gente de fora nas ilhas? As ilhas precisam de gente, sobretudo as 7 menores, e não só de visitantes sazonais, mas também de serem atractivas à fixação de pessoas de fora. Das pessoas que estudaram comigo no Faial, uma quantidade significativa partiu para prosseguir estudos e não voltou. Eu incluo-me num grupo limitado de gente que regressou à sua ilha, e no meu caso a relação próxima com o mar foi uma componente forte da escolha. Felizmente temos cá o DOP e agora o curso de operadores marítimo-turísticos, que vão trazendo gente nova, que vão substituindo os de cá que não voltaram. Este mundo contemporâneo é feito muito por esta circulação de gente. Alguns ficam apenas umas temporadas, outros vão-se fixando, com alguns não me dou tanto, outros tornam-se amigos e até companheioros de surfada. Penso que este não é um arquipélago paradisíaco de surf, pelo menos no mesmo sentido em que o são as mentawais e afins. Tenho no entanto a certeza de se tratar de ilhas paradisíacas de usofruto do mar e do território de uma forma menos específica. E isto constitui um chamariz de pessoas para cá e que é importante. E penso que os surfistas não podem querer estar contra isso. Esta visão do secretismo tolda-nos o espírito. Lembro-me de ter tido conversas com companheiros de ondas sobre a construção de um parque de campismo na Fajã da Caldeira e de ter visto reacções como: “epá isso só vai trazer mais gente”. Isto não pode ser. Vou à Caldeira há alguns anos e sei bem que a frequência de campistas tem aumentado, sobretudo no verão, e que nem todos são grupos de surfistas. Ora nos tempos em que havia uma ou duas tendinhas o pessoal ia-se arrumando discretamente, com a boa vontade dos locais, vivendo o sonho do campismo selvagem. Mas havendo 50 ou 60 tendas o sonho vira pesadelo! São as marcas das fogeiras e das tendas espalhadas por todos os terrenos de pasto, o lixo espalhado pela fajã, a falta dos balneários, a perda da paciência dos locais e a degradação do ambiente geral... Como surfistas, temos de contribuir para soluções eficazes e equilibradas e afirmarmo-nos como um grupo social consciente, activo e integrado nesta sociedade. Uma comunidade com consciência de si e que não vê as coisas apenas por um ponto de vista exclusivo, mas que sabe enquadrar a sua presença num meio mais alargado.

Nem só de surf vive o Homem.

Pois é, quando as ondas não são boas e o vento sopra mais e do lado errado não desesperem, pois no Pico há aqueles que se recusam ficar em casa e vão para o meio dos ilhéus andar aos saltos!!! São verdadeiros watermans... Um agradecimento ao Quim ao Paulo Gaspar ao Belchior e ao Nuno por nos proporcionar imagens destas.

segunda-feira, 2 de março de 2009

$ata!!!!

Foi com algum agrado que fiquei a saber que a ANS , depois de muitas reuniões, propostas e contrapropostas conseguiram fazer com que a TAP mudasse o tarifário e as regras no transporte de pranchas. E a mais significativa é uma redução de 50% no tarifário e de se considerar que se deve pagar por saco e não por prancha, foi uma vitória com resultados muito bons Agora está mais do que na altura da $ata também rever a sua politica quanto ao transporte das nossas carpetes mágicas, ora vejamos se um açoriano for fazer uma surf trip para fora dos Açores e se escolher ir na TAP vai pagar cerca de 75 euros ida e volta e levando um saco com duas pranchas. Na $ata o mesmo açoriano e viajando entre ilhas (ex: São Miguel – Santa Maria cerca de 15min de viagem ) com uma prancha ele vai pagar 100 EUROS !!!isto é de loucos!!!! Basta de sermos roubados desta forma escandalosa e é nestas alturas que nós surfistas temos que unir esforços e já deu para ver com o movimento SOS Terreiro que as coisas podem mudar e que não são assim tão impossíveis como podem parecer… Boas ondas.